quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Destaque Dezembro - José Vitorino Damásio como industrial


José Vitorino Damásio, académico e liberal convicto, desempenhou um importante papel na indústria portuense com o seu empenho na criação da Escola Industrial do Porto e no movimento de apoio à criação da Associação Industrial Portuense (AIP). Foi reitor da Escola Industrial do Porto e Director interino do Instituto Industrial de Lisboa.



Juntamente com Faria Guimarães e António da Silva Guimarães, fundou a Fundição do Bolhão em 1847 sob a firma Damásio & Cª.


Esta fundição foi durante anos uma unidade industrial exemplar beneficiando das ideias e do engenho de José Vitorino Damásio. A fábrica introduziu o fabrico de louça de ferro fundido esmaltada e estanhada a banho, construindo, ainda, a primeira draga.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Destaque Novembro - A FACAR e o seu fundador, António de Carvalho

A FACAR - Fábrica Nacional de Tubos Metálicos de Leça da Palmeira, foi fundada por António de Carvalho, em 1922.


Em 1926, a FACAR funciona em pleno, produzindo tubos de aço. Uma das inovações do processo fabril foi a introdução de um sistema de produção baseado na standardização de tubos de aço, em medidas e moldes fixos.

Em 1946, o seu fundador dá sociedade aos filhos, António de Carvalho Júnior e Fernando de Carvalho, iniciando-se um processo para lançar a FACAR como a maior fábrica de tubos da Europa.
Após 1974, o processo revolucionário em curso e a criação de uma comissão de trabalhadores, alterará as linhas orientadoras da sua gestão. Nos anos 80, a empresa irá, gradualmente, encerrar as suas instalações.

A António de Carvalho, benemérito ilustre de Leça da Palmeira, cabe a honra histórica de, em Portugal, ser o percursor da indústria de tubos de aço1.

1 Carvalho Júnior, António de - História da FACAR. Porto: Athena Editora, 1994.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Destaque Outubro - Fábrica de Chumbo de Caça: um dos raros exemplares de shot tower em Portugal



A Fábrica de Chumbo de Caça (Rua de São Francisco - Porto) é uma unidade oitocentista constituída por uma torre de cerca de 45 metros de altura do cimo da qual o chumbo cai em queda livre até à cave.

Durante a queda, as gotas de chumbo transformam-se em esferas que serão, posteriormente, polidas, separadas e vendidas para armas de caça.

Foi William Watts que desenvolveu, nos finais do século XVIII, o método de produção de esferas de chumbo.


Por volta de 1880, José Pereira Cardoso instala a sua fábrica de derretimento de chumbo em pleno centro histórico do Porto, na Rua de S. Francisco.

Nos finais da década de 60 do século XX, a fábrica encerra a sua actividade.

No entanto, o edifício permanece com os seus dois fornos de fundição do metal e com outros equipamentos de produção dos chumbinhos.

O edifício pertence, actualmente, à família de Abel Augusto Marques Ferreira e é o único exemplar do género existente em Portugal.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Destaque Junho - Fábrica de Torneiras Carlos Vieira & Filhos


A Fábrica de Torneiras Carlos Vieira & Filhos é um dos muitos casos de pequenas unidades fabris que nos inícios do século XX, mais concretamente em 1919, se instalaram na cidade, para dar resposta ao desenvolvimento urbanístico do Porto.


Localizada, inicialmente, na Travessa da Póvoa, ela virá mais tarde a instalar-se num edifício/moradia na artéria da Constituição. Aí, uma oficina de serralharia mecânica foi instalada nas traseiras da casa fabricando todo o tipo de torneiras e passadores dos quais destacamos os modelos misturadora "ABRIL 75", a "SECULAR" ou a "CAVI NORTE", modelos que marcaram períodos e evidenciaram estilos que se vieram a popularizar.



Encerrando em meados dos anos 90, esta unidade é um dos exemplos de empresas portuguesas e portuenses que souberam investir numa fileira do sector da construção civil e apurar os seus produtos em torno dos mercados existentes.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Destaque Maio - Tecidos de Seda: Francisco Nogueira e António Nogueira


Francisco José Nogueira nasceu em 1826 e, desde cedo, se dedicou à arte de tecelão.


Em 1855, inaugurou a sua fábrica de tecidos de seda na Rua da Alegria no Porto. Os seus produtos: as sedas, os cetins e os veludos inundaram o mercado, por diversas vezes foram presentes em exposições, nomeadamente a Exposição Internacional de 1865, a Exposição de Sericicultura de 1866 entre outras.


Nos finais do século XIX, Francisco José Nogueira fazia parte do leque dos notáveis industriais do sector das sedas. A sua fábrica, além de constituir uma unidade muito particular no sector, dispunha já de uma máquina a vapor cilíndrica, demonstrando um investimento tecnológico na época.
Em 1883, Francisco José Nogueira entrega a direcção da empresa a António Francisco Nogueira, seu filho. Este realizaria vários investimentos na empresa, aumentando-a e diversificando os sectores. As suas capacidades foram, ainda, demonstradas quando assume o cargo de Presidente da Associação Industrial Portuense entre 1903 e 1908.
A empresa passou por vários ciclos, tendo encerrado nos inícios dos anos 70.


Actualmente, o espaço da antiga fábrica de Tecidos de Seda António Francisco Nogueira foi adaptado ao Centro Comercial que se estende desde a Rua da Alegria até à Rua Fernandes Tomás: o Porto Gran Plaza - Shopping Center.

Descrição de uma sala da fábrica de Tecidos de Seda Nogueira:

"É nesta sala que se prepara e ordena todo o expediente dos serviços da fábrica, no tocante aos trabalhos a iniciar ou já em andamento. Representa o reservatório de nutrição do machinismo, o orgão destributivo da matéria-prima que, depois de submetida às diversas phases de fabrico, se transforma nas differentes especies de tecidos, em todas as larguras, côres e qualidades adapataveis às numerosas utilizadas de adorno e de vestuário, desde a simples fita de chapéu de homem até ao estofo precioso das toilettes femininas de cerimónia."

RIBEIRO, José Vitorino - A Fábrica de sedas António Francisco Nogueira: monografia precedida de esboço histórico da industria das sedas em Portugal. Porto: (s.n.), 1920

terça-feira, 14 de abril de 2009

Destaque Abril - Agostinho Ricon Peres












A casa comercial na Rua de Cândido dos Reis assume-se como o maior depósito de máquinas, ferramentas e acessórios para todas as indústrias.


Os jornais da época descrevem as máquinas como a última palavra em qualidade e em preço.


Em 1936, é inaugurada as novas instalações da casa comercial na Rua 31 de Janeiro nº184A, com entrada também pela Rua da Madeira 125-133, com boas críticas pela sua "arrojada iniciativa de dotar o Porto com um modelar estabelecimento no género de máquinas e ferramentas".


Agostinho Ricon Peres será um nome associado a uma histórica casa comercial especializada em máquinas industriais, acessórios e ferramentas, e, ainda, a várias obras sociais, benemérito do Asilo do Terço, Cruz Vermelha entre outros organismos.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Doação de documentação ao Museu da Indústria



O Centro de Documentação do Museu da Indústria aceita doações de documentos de empresas e empresários que retratem a história da indústria da nossa cidade.




Se pretende doar documentação, contacte os nossos serviços através do telefone 22 530 07 97 ou através do email mcindustria@gmail.com

terça-feira, 24 de março de 2009

Horário de Funcionamento do Centro de Documentação



O Centro de Documentação do Museu da Indústria do Porto está aberto ao público de 2ª a 6ª feira, das 9h30 às 12h30 e das 14h30 às 18h00.

Para marcar a sua visita envie um e-mail para
mcindustria@gmail.com com o seu pedido ou contacte-nos através do telefone 22 530 07 97.


sexta-feira, 6 de março de 2009

Publicações em destaque no site do Museu da Indústria

A partir de agora o Museu da Indústria divulgará, frequentemente, publicações em destaque do seu Centro de Documentação.


Poderá encontrar as nossas sugestões no site do Museu da Indústria - http://www.museudaindustria.org/ - e posteriormente neste blog.


terça-feira, 3 de março de 2009

Destaque Março - O empresário Manuel Pinto de Azevedo

Empresário portuense, nasceu em 1874, na freguesia do Bonfim. Faleceu em 1959, em Matosinhos.
Inicia a sua actividade profissional como operário da indústria têxtil.

Em 1914, conduzia já os destinos da Fábrica de Tecelagem do Bonfim e, mais tarde, fundou e participou noutras empresas têxteis, entre elas a Fábrica de Tecidos de Soure, a Fábrica de Fiação e Tecidos de Ermesinde, a Fábrica da Areosa, a Fábrica de Tecidos Aliança, em Rio Tinto, e a Empresa Fabril do Norte (EFANOR), na Senhora da Hora. Nesta última, inaugura um novo ciclo de desenvolvimento, expandindo os seus produtos e mercados.

Grande industrial e empresário do Norte, além do sector têxtil, é de destacar a sua intervenção nas conservas, no cobre, na banca, nos seguros, na vinicultura e na grande exploração agrícola, sendo proprietário de várias quintas em Amarante, Macedo de Cavaleiros e Régua, onde produzia vinho, azeite, produtos pecuários, etc.
A sua actividade alarga-se, ainda, a outros sectores, como a comunicação social. Foi proprietário do importante jornal diário portuense O Primeiro de Janeiro, estando ainda ligado aos jornais O Norte e Jornal de Notícias.

A documentação existente neste acervo revela, ainda, uma outra faceta deste empresário e empreendedor - a preocupação e o envolvimento nos problemas sociais da sua época, construindo escolas, apoiando instituições de caridade... Manuel Pinto de Azevedo é, pois, um marco incontornável da história da cidade do Porto de inícios do século XX.


Neste acervo, podemos encontrar documentação oriunda de algumas das suas fábricas:
- Tecidos Aliança, Lda., Giesta - Rio Tinto (1926-1949);
- Sociedade Manuel Pinto de Azevedo S.A.R.L., Giesta - Rio Tinto (1949-1970);
- EFANOR S.A., Senhora da Hora - Matosinhos (1942-1995);

e das quintas:
- Casal de Vale Pradinhos;
- Macedo de Cavaleiros (1937-1959);

Destaques mensais dos acervos do Museu


A partir de agora, o Centro de Documentação do Museu da Indústria divulgará, mensalmente, os seus acervos documentais em destaque. Poderão encontrar pequenos textos e referências dos empresários e empresas que marcaram a história da indústria portuense.
Os documentos e informação respectiva poderão ser consultados no Centro de Documentação do Museu da Indústria, aberto ao público.


Para contactar os nossos serviços:

email: mcindustria@gmail.com
tel: 225300797